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Obras que retratam a trajetória do coletivo podem ser visitadas durante a programação do 3° Festival de Capoeira

Uma parte da história da capoeira eternizada em registros que contam a luta por direitos e a transmissão de saberes. Essa é a temática da Exposição Fotográfica CMB 6 Anos, que inaugurou nesta quinta-feira (13) e vai até domingo (16), na Biblioteca Central, como parte da programação gratuita do 3° Festival de Capoeira: Ancestralidade e Resistência.

A mostra traça uma linha do tempo do Capoeira em Movimento Bahia, que atua na defesa de projetos de Salvaguarda e preservação da cultura afro-brasileira, destacando momentos importantes na trajetória do coletivo, como a Audiência Pública pela inclusão da Capoeira nas Escolas – ocasião na qual o CMB foi originado -, a regulamentação do PL Moa do Katendê, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, além de outras mobilizações políticas, artísticas e socioculturais em prol da capoeira.

A exposição tem curadoria de Glenda Lima (Aluna Foca), coordenadora do CMB. Ela ressaltou o papel histórico do grupo: “Esta exposição não é apenas um registro do tempo, mas a representação visual da força inabalável que pulsa no coração de muitos e muitas capoeiristas da Bahia: a trajetória do CMB. Fundado em agosto de 2019, o grupo é uma prova viva de que a capoeira é uma ferramenta de transformação educacional, social e econômica, além da valorização dos nossos Mestres e Mestras Griôs”, disse.

A exposição reuniu visitantes, entusiastas e capoeiristas de diversos grupos e cidades. Uma delas foi Experimenta DiAlabama, do grupo Nação Capoeira. Praticante há mais de 10 anos, a veterana se emocionou ao ver o seu tutor, Mestre Alabama, representado nas fotografias.

“As palavras que me aparecem agora é emoção e reconhecimento. Muito importante rever a história através das fotos, me traz a sensação de que cada luta foi essencial, porque a capoeira do CMB está completamente atrelada à políticas públicas. A capoeira é filosofia de vida, é profissão, é nosso sustento e eu costumo dizer: se não nós, quem vai lutar por nós e pela capoeira?”, indagou.

Natural de Maceió, a bióloga Elisa Maria, que mora em Salvador há 15 anos, se impressionou com o acervo e destacou a conexão ancestral proporcionada pela experiência. “Colocar nessa exposição momentos com vários Mestres e Mestras e corpos que praticam capoeira, além de servir como registro histórico, serve para alimentar nossa ancestralidade. Para colocar em movimento nosso corpo, as nossas raízes e fazer com que mais pessoas se interessem e procurem”.

Já para a Monitora Delicada, integrante do grupo Kwanza e da coordenação do CMB, a exposição evocou lembranças que marcam o seu percurso na arte-luta. “A primeira coisa que me impactou é que todas as fotos estão em preto e branco. Então, no nosso imaginário, parecem ser fotos muito antigas, e quando eu me aproximo são fotos atuais. Eu acho legal essa brincadeira entre o passado e o presente. No primeiro quadro tem a Roda do Século há um ano, quando eu era apenas uma visitante. E na outra foto, o aniversário de seis anos do CMB, onde eu estava presente como coordenadora. Então, em pouco tempo, muita coisa aconteceu”.

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