Mestre Roxinho e Mestra Preguiça comandaram as aulas no segundo dia do evento
O som do atabaque e a ginga da capoeira uniram crianças, adultos e Griôs nas Oficinas e Vivências do 3° Festival de Capoeira: Ancestralidade e Resistência. As atividades aquecerem os corpos dos participantes para iniciar a extensa programação desta sexta-feira (14) do evento, que segue até domingo (16) na Biblioteca Central do Estado da Bahia.
No Barracão do Mestre Waldemar, a Mestra Preguiça ministrou uma aula que explorou movimentos básicos e técnicas avançadas de capoeira. Primeira e única mulher a receber o “Lenço Branco” – maior honraria da capoeira regional, a Mestra dedicou a sua aula ao Mestre Bimba.
“Estou muito feliz em estar nesse Festival tão grandioso, tão importante. Na oficina, eu passei os ensinamentos da capoeira regional, respeitando tudo o que o Mestre Bimba deixou pra gente. Me sinto na missão de continuar esse legado”, disse emocionada.
No Foyer da Biblioteca, o Mestre Roxinho promoveu uma imersão nos fundamentos da capoeira, com roda, cantigas e diálogos atravessados com contação de histórias, valorização da identidade negra e pertencimento. Fundador do Instituo Bantu, referência internacional na Capoeira Angola, o Mestre trouxe a arte-luta como ferramenta de inclusão e transformação.
“A capoeira está para além de um espaço de preparação física e coordenação motora. Ela tem poder sobre a mente, faz pensar melhor, ter mais disposição, além de ser um elemento de qualificação educacional. Eu defendo que a capoeira seja vista dessa forma, sem a sua descaracterização cultural e religiosa”.
Juventude na Capoeira
As Oficinas e Vivências contaram com a presença de pessoas de todas as idades, principalmente de crianças e adolescentes que aprenderam e se encantaram com a magia da capoeira. As estudantes Ana Ysa e Yasmin Stefane, de 15 anos, do grupo ACAB, de Ribeira do Pombal, foram algumas delas.
“É uma oportunidade muito boa que estamos tendo, aprendizado enorme estar com os Mestres antigos, conhecer mais sobre a história da Capoeira. Ainda somos alunas, temos poucos anos na capoeira, mas já entendemos a grandiosidade desse momento”.
