O capoeirista Aelton Sampaio, de 37 anos, nasceu com uma deficiência física que encurtou os seus membros superiores e inferiores. Atualmente com 37 anos, 20 deles dedicados a capoeira, se graduou professor e pode ensinar pessoas com a mesma condição. Essa iniciativa de inclusão foi vista durante as Oficinas e Vivências do Festival de Capoeira: Ancestralidade e Resistência, que contou com aulas da Mestra Volta Grande e Mestra Tisza neste sábado (16), no Barracão do Mestre Waldemar.

Explorando técnicas de defesa, consciência corporal e sabedoria ancestral, as oficinas tiveram uma grande presença de capoeiristas formados e amadores de todas as idades e de várias regiões da Bahia. Neta do Mestre Bimba, a Mestra Volta Grande carrega no sangue a ancestralidade e a capoeira regional, com esse fundamento, ela levanta a bandeira da inclusão.
“A capoeira é uma arte diversa. Quando nosso povo se aquilomba, quando um vai acudir o outro, cada um vem com suas diferenças, e levo isso para as minhas aulas. Temos que levar em conta que cada corpo tem uma cognição, mas a capoeira é a mesma pra todos”, disse.

Com codinome de Professor Gigante, Aelton é formado em Educação Física e discípulo do Mestre Canjiquinha, grupo da cidade de Dário Meira, sul do estado. Mesmo considerando avanços, ele conta que o preconceito ainda existe nas rodas.
“A capoeira na minha vida tem sido transformadora. Com as minhas limitações eu sempre busco alcançar algo maior. Mas não posso negar que ainda existe o preconceito. Quando eu fui formado professor, muitas pessoas questionaram, algumas não querem jogar comigo com medo de machucar, mas eu sinto que tem um pouco de preconceito e também de não entender que o deficiente tem seu espaço em qualquer meio”.





